TRIVMPHVS NATVRÆ
Fecham-se os olhos, a atenção volta-se para a mente. Aos poucos uma luz se forma no espaço vazio, o vácuo atemporal que outrora fora balofo, repleto de questiúnculas, dilemas e dramas.
Vou convertendo-me num corpo mental, um corpo que tudo habita e que é habitado por tudo. Com este corpo navego, voo, penetro e atravesso...
Eis que se supetão, me vejo fronte à um casarão, recinto carcomido por Saturno, o infalível. Paredes amarronzadas mostram sua imponência. A construção hominídea é solapada pela força da natureza, que se apresenta imponente, vagarosa e pacientemente. Brotam galhos, folhas, frutos, e na sua vitória silenciosa e aquietada a natureza invade o território inimigo.
A casa vazia aos poucos é tomada, por aquilo que um dia o lugar habitada. A força permeável, por entre as brechas das pedras fortes, brota a sensibilidade que age junto à morte, e que de uma insistência incansável, continua a reclamar seu posto de imperatriz.
1 comentários:
Perfeito, como sempre :)
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